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Metrô pode ter verba de cepacs
Está em estudo a possibilidade da construção da Estação Faria Lima, na Linha 4 de metrô, com ajuda da Operação Faria Lima
Recursos da Operação Urbana Faria Lima - como os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) - podem ser utilizados na construção de uma estação extra de metrô na Linha 4 (Amarela, que ligará Luz à Vila Sônia). A medida está em estudo e envolve, além do Metrô, a Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb), Secretaria Municipal de Transportes, SPTrans e Companhia de Engenharia de Tráfego (CEI).
"Existe uma negociação com a Prefeitura da capital que acenou com a possibilidade de investir recursos da Operação Faria Lima na construção de uma estação, que seria a sexta, da segunda fase da Linha 4", afirma o diretor de Planejamento e Expansão do Metrô, Renato Pires de Carvalho Viégas.
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Colaboração com os recursos da Faria Uma estão em estudo pela Prefeitura e Metrô
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Segundo a assessoria de imprensa da Emurb, o financiamento da construção da Estação Faria Lima está em análise desde o governo passado e agora tem continuidade coma nova gestão.
Em construção, a primeira fase da Linha 4 vai cortar os bairros do Butantã, Pinheiros, Avenida Paulista, Praça da República e Luz. Serão construídos 13 quilômetros de trilhos ao todo, em duas etapas. "E a linha integradora que liga bairros e regiões significativos e faz integração com linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos)", afirma Viégas.
A segunda fase terá as estações Faria Lima -em estudo- Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Três poderes, Morumbi e o pátio Vila Sônia.
VILA SONIA
Criadas pela Prefeitura na década de 90, as operações urbanas têm o objetivo de resolver problemas da infra-estrutura que ficou defasada em relação ao rápido crescimento da cidade. Podemos citar como exemplo as operações Faria Lima, Centro e Água Branca. Nestas regiões tomou-se possível construir acima do limite permitido pela Lei de Zoneamento, desde que o empreendedor pague ''valor'' extra como forma de ressarcimento à cidade.
Há outra possibilidade de o mercado imobiliário participar da empreitada da obra da Linha 4 se for criada a Operação Urbana Vila Sônia, ainda em formato de projeto de lei. '
Se aprovada, a Operação Urbana Vila Sônia vai possibilitar o crescimento imobiliário e urbano da região onde estará o pátio do metrô, na zona sul. A Emurb, por meio da assessoria de imprensa, avisa que o projeto precisa ser enviado para a Câmara Municipal. Se for aceito pelos vereadores precisa da sanção do prefeito da capital.
Segundo Viégas, a lei poderá impulsionar a verticalização da região. ''O Metrô participou da elaboração deste projeto de lei", conta Viégas. "Existe a possibilidade de se construir cerca de dez vezes a capacidade do terreno, com a autorização da operação urbana."
Com isto o Metrô, que é proprietário do terreno na Avenida Eliseu de Almeida, na área do Pátio Vila Sônia, pretende ser parceiro em empreendimentos imobiliários residenciais ou comerciais. Viégas avisa que a companhia não vai construir ou gerenciar imóveis.
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Pátio – Área de onze mil metros quadrados do pátio Vila Sônia (foto): verticalização (construção de prédios) é a tendência imobiliária para a região.
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VALORIZAÇÃO REAL OCORRE COM ESTAÇÃO PRONTA
Imóveis num raio de um quilômetro, ao redor do metrô, são principais beneficiados
A valorização imobiliária de uma região que recebe uma estação de metrô, como no caso da Linha 4, prevista para ser entregue em 2007, ocorre de fato depois que a obra é entregue. "A estação de metrô valoriza imóveis residenciais no raio de um quilômetro, dez a doze minutos a pé", afirma o presidente da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia.
Ele alerta o consumidor sobre o risco da especulação do preço de imóveis de bairros que terão no futuro uma estação de metrô. "E preciso tomar cuidado, pois não é o fato de o metrô ir para a região que os preços vão subir dois anos antes da obra ficar pronta."
Na avaliação de Pompéia, o aumento da população local e verticalização dos imóveis agregam valor à região e, depois de dez anos, provavelmente os imóveis estarão valorizados em comparação a uma área não beneficiada pelo metrô.
O fluxo de pessoas faz com que o entorno de uma estação seja valorizada e atrai empreendimentos para a instalação de comércio como padarias, supermercados, quitandas, farmácias. "Isto direciona o desenvolvimento imobiliário para a verticalização, Já que os moradores da região movimentam o comércio de conveniência que fica entre a estação e a moradia' , explica Pompéia.
Segundo ele, até 300 metros ao redor de uma estação os terrenos se valorizam "e tendem a ser utilizados por serviços como faculdades e escritórios, assim não há necessidade de espaço para grandes garagens já
que as pessoas passam a utilizar o metrô. A.P.
matéria: Alexandra Penhalver
foto: Luiz Haru
Jornal O Estado de São Paulo
Domingo, 20 de março de 2005
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